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Bart​ô​bro [A BESTA 005]

by DESLIZE

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1.
Da natureza inteira atento escrutador, Eu vi do grande todo o princípio e o fim: o ouro potencial no fundo do torpor E a matéria e o fermento a levedar. Assim, Da alma de maternos flancos, o teor de sua casa, o uso, a forma, eu entendi: Juntos grão e bacelo prontos para a flor: Húmida terra, eu vi o pão e o vinho em ti. Que nada era, e Deus quis: vi que em algo o nada se tornou, e inquiri onde estava apoiada a vida universal, a geral harmonia. Celebração e dor faziam um só nome, e o eterno me chamou a alma e a fome da alma. E então morri. E nada mais sabia. (Conde de Saint-Germain) (in Helder, Herberto (2010); As Magias - Poemas mudados para português, Lisboa, Assírio & Alvim.)
2.
remo 08:30
3.
Na procura incansável da demora, Efemeramente me alegra a falha. Negado a uma angústia redentora, Inalando o tempo em aversão sorumbática. Ao que após o engolfo de nada, E sugado em caminhos do insano, Me vi pois em antecâmara da loucura, Deixado ao desamparo do que era humano. Foi morto de convicções, E abdicando de ser reformador de mim mesmo, Que tive consciência da defunta potência cadavérica. Ou ao que resta das insistentes palavras que rimam! Matarei a linguagem em inalação: Torrente de ódio a perseguir léxicos malditos. Ao descanso da loucura aos cantos, do sebo rectangular de uma mente só. Num exercício podre de contemplação, A uma semente de belo que (não) soube amar. Esferas que vão passando pela vida, Na demora ansiosa de lágrimas. E após esse apagar choroso de costume, Servirão os propósitos peçonhentos das larvas. Porque há um tempo de esquecimento, Que tem em si todo o desmodo da saudade, Fumado na recordação masoquista, D'um anátema vislumbrando a beleza. Porque talvez de hoje ou de ontem, Sigo em ruínas desavindas, Vultos carnavalescos de uma carne... Que não sente, dizendo: Que esta carne não sente... As dores que realmente corrompem. Corrompendo. (DV) http://saraband.bandcamp.com/
4.
Quem, tu? Tu! Que vens do pó das coisas acesas e termelicantes! De todas as coisas que se agarram e contornam, apareces tu. Vais chover de novo numa curva familiar, Boomerang autista de permanência; opaca e inatingível. Vais ficar em pranto estático, um dolo roxo de perdões. Vais... Vais para a puta que te pariu! Era o que me faltava agora também, estrebuchar no meu lixo. O teu é tão mais verde de inquietude e medo; tão mais saboroso. Quero roer-te os traumas e lamber-te as marcas das pancadas; E quanto às feridas (quantas todas foram): verter o sal das minhas lágrimas em riacho, etilizar-te o sangue de ontem, numa defunta propagação de vida: - Belisco-te os olhos no sussurro chuvoso d'ontem. Mas tem que ser sempre aqui, neste lugar de almas tuberculosas, de marquesas caducas de brilhantismo do anteontem que queima a pele bolorenta que aquece e distrai o corpo magoado pelo vento. E o que é preciso: É ver no tempo todo o segundo; É despachar na completude da sua passagem todas as horas - as outras; É baralhar todos os caminhos cruzados da ausência; É raspar da alma as sobras de ilusão. Deixar uma desilusão calma elevar-se em forma de vontade, Definhar em encolhimento confortável e fixar uma promessa de jura impossível: "todos os prantos possíveis passarão por mim a flutuar, para que possa tocar no chão apenas enquanto peso morto." (DV) http://saraband.bandcamp.com
5.
estanque 08:20
6.
O Coração (Stephen Crane) No deserto, vi uma criatura nua, brutal que de cócoras na terra tinha o seu próprio coração nas mãos, e comia... Disse-lhe: «É bom, amigo?"» «É amargo - respondeu - amargo, mas gosto porque é amargo e porque é o meu coração.» (in Helder, Herberto (2010); As Magias - Poemas mudados para português, Lisboa, Assírio & Alvim.)
7.
(...) 01:28

about

18OUT2014 @ Bartô do Chapitô (1) + Commonplaces
Noite d'A Besta e A.T.R. (2)

(1) www.facebook.com/barto.dochapito
(2) www.facebook.com/terapeuticadoruido

DESLIZE + Nuno Mangas-Viegas (3) + DV (4)
(3) opoemaacorda.bandcamp.com
(4) saraband.bandcamp.com

Artwork by BINAU (www.facebook.com/pages/BINAU/325903087423895)
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Recorded live at Bartô do Chapitô (before Commonplaces, band from Cádis). A joint venture between A Besta & A.T.R. in 18OCT2014.
DESLIZE is an electro-acoustic exploration/improvisitation project, composed by two modified guitars (with small pieces placed to change its timber), circuit bending and sampling.

credits

released November 30, 2014

DESLIZE:
Hélder José - guitarra clássica modificada & DAKO circuit bending
João Sousa - guitarra acústica modificada & samples e electrónica

Convidados:
Nuno Manas-Viegas - leitura de poemas (3)
DV - leitura de poemas & circuit bending (4)


Mixed with REAPER Fm and Wavossaur (www.wavosaur.com)

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A Besta Lisbon, Portugal

A BESTA é um grupo de gente que faz coisas que se ouvem, que se vêm, que se tocam e se sentem. Tem-se afirmado como colectivo diy, embora se recusem a fazer afirmações...

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