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O Deserto Vivo [A BESTA 002]

by O Poema (A)Corda

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  • Limited Edition (Artesanal)
    Compact Disc (CD) + Digital Album

    Second edition in cardbox paper. Limited to 20 copies.

    Includes unlimited streaming of O Deserto Vivo [A BESTA 002] via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.

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1.
http://aequum-equidade.blogspot.pt/2013/11/enunciacao-do-corpo-sobre-os-laranjais.html Anoitece sobre os laranjais... turva-se a composição do rosto a definição o corpo fecha-se, talvez em cubo. Impressionam os céus, sem luzes para guiar os exércitos - a memória ergue espadas onde plantara as glicínias - Um tímido rumor de camas anunciando o rasgo do corpo... és tu quem sai, vasculhando pelas chaves apagando dos mapas o sul das tardes és tu a jangada que se arreda no mar sonhando já o deserto milagre das ilhas, negando a urgência da linguagem e o amargo sarau. Implacável, este trémulo desenho da lembrança quando as visões exemplares se diluem em teorema nas paredes. o corpo: erma península ardida. Anoitece. e sou pedra, o furtivo pasto a dura duna sobre a nuca... a demorada escadaria para o altar onde estás. Posfácio: Esta é a mão, o seu milagre digo mão como quem repete um tempo talvez o cansado início de uma rota o momento da órbita que regressa ao ovo Digo mão segurando o tempo como quem colhe do peito alguma calma talvez uma pequena casa abrigando a chama do vento. Digo passado e uma súbita raiva se levanta um candeeiro a petróleo pela noite talvez a divindade tocando o rosto. Digo vida e ei-la, vivente como quem evoca séculos e séculos de migrações para dentro do segundo, este... Digo pedra e terra e mar e o seu sabor aporta nos lábios as suas temperaturas - graus de febre - na mão tomadas. Digo estrelas e alma e a lágrima surge o milagre da evocação emociona-se... Digo: anoitece sobre os laranjais... e tudo regressa à solidão do corpo uno, ermo nu (Nuno Mangas-Viegas : Tavira, 7 de Setembro de 2013)
2.
O Deserto 03:28
http://aequum-equidade.blogspot.pt/2014/01/o-deserto.html - Sou um corpo parado olhando, absorto, o deserto! dizia ele eu não dizia nada. Ainda nada me rebentava nas mãos. Era meio-dia. O sol queimava nos cabelos uma chama nova. Caiam gotas gordas e frias sobre as costas ardendo, caiam como caem os corpos de Homens maduros violentamente... corpos intactos e maduros de Homens caindo de algumas árvores. era meio-dia. Entravam rápidas nas costas, acendiam por dentro os esconderijos, rebentavam a sua luz nas hortas menos propensas. Ele estava parado, absorto partindo em pequenas porções para dentro das coisas do deserto. - Sou um corpo parado, loucamente parado. dizia. As coisas caiam-lhe nas costas vermelhas entravam, como Homens maduros, violentos caindo das árvores para dentro das costas. parecia doer. Eu não dizia nada. e já nas mãos cresciam sistemas, coisas do deserto complicando-se. Entravam muito frias. ardia. fazia rir. - Sou um corpo loucamente parado, complicando o deserto. dizia. corpos inteiros caindo de árvores inteiras duros por fora, com casca, caindo... entrando, rebentando nos esconderijos a sua luz prometida, iluminando as costas. uma chama nova. Eu não dizia nada. e já tudo saia de mim, violentamente contra as coisas do deserto. era meio-dia. - Sou um corpo complicado, loucamente parado. Sou o deserto! dizia ele. o deserto nada dizia. (Nuno M.-V. Tavira: Jan/2014)
3.
A Parede 04:52
http://aequum-equidade.blogspot.pt/2013/05/parede.html Agulhas investigando na carne procurando o coração lilás dos corpos coisas que têm nome e são leves como penínsulas. Desarrumam-se as aparições nas molduras de ouro, formas que se furtam ao dedo e carregam o odor visceral do sonho. Na parede grita o coração da parede... Corpos com estátuas dentro, esticando o braço ao horizonte - o ébrio braço, o horizonte – procurando os bandos de aves marinhas que são povos derrotados em terra leves, agora, como folhas, deslizam sobre o vinho. Do vinho ficou o nome e a caixa de madeira para guardar os ossos quando já não servem para marcar os quadrantes. O longo pescoço das flores, as fogueiras a lâmina quente cortando a cara pelas rugas. Subestimaste os anos e as estações deitaste na cama o rumor das bússolas - os torneados corpos das bússolas – Subestimaste o norte, o leme e a voz... A carne rija das paredes frias, como o nome das coisas que são frias fala devagar misturando dialectos explicando a evolução das cores das mais quentes para as outras e justificando a monstruosa textura da cara quando pronta a morrer A casa está vazia. Mas há uma voz. Há um canto maior, um batimento uma vibração cíclica ...talvez uma palavra repetida até ser água. Procuro-te. Escavo com agulhas a parede até ao osso, até à estátua. Procuro-te. Procuro-te... nm-v
4.
A razão ascende relâmpagos Sobre os telhados que concebem estrelas, imagens flanqueadas de sonho... Há somente um instante na pausada e sem razão intenção de respirar que nos relembra que, dormindo, Nenhuma crença é tão grande, que uma vez selado a lacre o último olho não cresça o instinto de arder e fazer arder as paisagens de infância. Rudimentares as mãos tremem... Há somente um instante onde o ombro maternal espreita pelos orifícios do tempo e subjuga o pressentimento ao beijo. Se eu soubesse que virias hoje tinha aparado a barba ou beijado outras pedras. Tens nome de estação... e eu procuro-te és montanha... e eu procuro-te estendo os braços trémulos ainda... e procuro-te Há somente um instante em que a chegada não trará nome apenas respiração e desejo (n.m-v.) Saber-me-ás tão tarde quanto queiras... Coladas ficaram as asas da carne para não poder voar contra o vento. E eu que perdi a substância do voo, reconfortado na ausência de um sonho, partia os cacos com que olhava a noite... Preparo um recomeço cego para outro, que não eu, que não fale ou sopre... ...colados os minutos com que penduraste as horas (o tempo) para sempre... (joão mendes de sousa)
5.

about

ambiciosa simbiose entre a poesia e a música, 'o poema (a)corda' nasce de uma sede mútua. surge como questionamento e como resposta, como desejo e como ânsia de trilhar novos caminhos (...)

Em Outubro de 2014 lança-se digitalmente 'O Deserto' que se concretizou num concerto experimental na Estudantina de São Domingos de Rana. Desse concerto resulta então a experiência "O Deserto Vivo".

'O Deserto' : opoemaacorda.bandcamp.com
'Mãos...': opoemaacorda.blogspot.pt/p/album-maos.html
Poemas em: aequum-equidade.blogspot.pt
Apoio divulgação: jornadasalternativas.blogspot.pt

credits

released October 31, 2014

«“O Deserto” é um trabalho que reflecte, por um lado, uma procura: a
energia que impele à descoberta das formas rápidas – as coisas mínimas, que explodem no seu crescer. A palavra procurando-se, pensando-se, complicando-se.

Por outro lado exprime a ideia de fuga, as coisas escapando-se, furtando-se ao seu entendimento, à sua estatização pesada de corpo complexo. “O Deserto” trata das coisas no seu mínimo, muito rápidas, capazes de se encontrarem e perderem no seu trânsito constante, entrando e saindo de nós, entrando e saindo de si. É um trabalho que não anuncia as coisas, mas que enuncia as coisas no seu processo de auto-criação e entendimento.

Nuno Mangas-Viegas Set. 09»

Nuno Mangas-Viegas: textos, voz, outros instrumentos
João Mendes de Sousa: guitarra, textos, outros instrumentos

José Santos: guitarra acústica
Hélder José: DAKO (Circuit Bending) em 'Este é o Cálice'

Gravado ao vivo na Estudantina de São Domingos de Rana, no dia 12 de Abril de 2014.

Agradecimentos:
A Besta, Estudantina de São Domingos de Rana, Juan Vidal.

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A Besta Lisbon, Portugal

A BESTA é um grupo de gente que faz coisas que se ouvem, que se vêm, que se tocam e se sentem. Tem-se afirmado como colectivo diy, embora se recusem a fazer afirmações...

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