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http://aequum-equidade.blogspot.pt/2013/11/enunciacao-do-corpo-sobre-os-laranjais.html
Anoitece sobre os laranjais...
turva-se a composição do rosto
a definição
o corpo fecha-se, talvez em cubo.
Impressionam os céus, sem luzes
para guiar os exércitos
- a memória ergue espadas onde plantara as glicínias -
Um tímido rumor de camas
anunciando o rasgo do corpo...
és tu quem sai, vasculhando pelas chaves
apagando dos mapas o sul das tardes
és tu a jangada que se arreda no mar
sonhando já o deserto milagre das ilhas,
negando a urgência da linguagem e o amargo sarau.
Implacável, este trémulo desenho da lembrança
quando as visões exemplares se diluem em teorema
nas paredes. o corpo: erma península ardida.
Anoitece.
e sou pedra, o furtivo pasto
a dura duna sobre a nuca...
a demorada escadaria para o altar
onde estás.
Posfácio:
Esta é a mão, o seu milagre
digo mão como quem repete um tempo
talvez o cansado início de uma rota
o momento da órbita que regressa ao ovo
Digo mão segurando o tempo
como quem colhe do peito alguma calma
talvez uma pequena casa abrigando a chama do vento.
Digo passado e uma súbita raiva se levanta
um candeeiro a petróleo pela noite
talvez a divindade tocando o rosto.
Digo vida e ei-la, vivente
como quem evoca séculos e séculos de migrações
para dentro do segundo, este...
Digo pedra e terra e mar
e o seu sabor aporta nos lábios
as suas temperaturas - graus de febre -
na mão tomadas.
Digo estrelas e alma
e a lágrima surge
o milagre da evocação emociona-se...
Digo: anoitece sobre os laranjais...
e tudo regressa à solidão do corpo
uno, ermo
nu
(Nuno Mangas-Viegas : Tavira, 7 de Setembro de 2013)
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2. |
Catapulta - (...)
08:38
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3. |
Raisa - El niño
06:08
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4. |
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Uma saudação com sabor de eterno: um adeus.
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5. |
a-nimal - 1984
08:39
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Guerra é paz,
Liberdade é escravidão,
Ignorância é força.
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6. |
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7. |
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http://aequum-equidade.blogspot.pt/2014/01/o-deserto.html
- Sou um corpo parado olhando, absorto, o deserto! dizia ele
eu não dizia nada. Ainda nada me rebentava nas mãos.
Era meio-dia. O sol queimava nos cabelos uma chama nova.
Caiam gotas gordas e frias sobre as costas ardendo,
caiam como caem os corpos de Homens maduros
violentamente...
corpos intactos e maduros de Homens caindo de algumas árvores.
era meio-dia.
Entravam rápidas nas costas,
acendiam por dentro os esconderijos, rebentavam
a sua luz nas hortas menos propensas.
Ele estava parado, absorto
partindo em pequenas porções para dentro das coisas do deserto.
- Sou um corpo parado, loucamente parado. dizia.
As coisas caiam-lhe nas costas vermelhas
entravam, como Homens maduros, violentos
caindo das árvores para dentro das costas. parecia doer.
Eu não dizia nada. e já nas mãos
cresciam sistemas, coisas do deserto complicando-se.
Entravam muito frias. ardia. fazia rir.
- Sou um corpo loucamente parado, complicando o deserto. dizia.
corpos inteiros caindo de árvores inteiras
duros por fora, com casca, caindo...
entrando, rebentando nos esconderijos a sua luz prometida,
iluminando as costas. uma chama nova.
Eu não dizia nada. e já tudo saia de mim, violentamente
contra as coisas do deserto. era meio-dia.
- Sou um corpo complicado, loucamente parado. Sou o deserto! dizia ele.
o deserto nada dizia.
(Nuno M.-V. Tavira: Jan/2014)
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Não quero ser de companhia.
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A Besta Lisbon, Portugal
A BESTA é um grupo de gente que faz coisas que se ouvem, que se vêm, que se tocam e se sentem. Tem-se afirmado como colectivo diy, embora se recusem a fazer afirmações...
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